A cena mais grotesca do últimos anos na República foi o encontro de Cármen Lúcia, Raquel Dodge e Alcione para cantar o clássico “Não deixe o samba morrer” num gabinete do STF.
As três participaram de um seminário chamado “Elas por elas – Mulher no Poder Estatal e na Sociedade”, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça no prédio do Supremo.
Estavam presentes também a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e a presidente do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano.
Luiza, aliás, tem o hábito de tocar Raul Seixas no final de suas palestras para políticos, pedindo que a acompanhem batendo palminhas. Eles obedecem direitinho.
No vídeo que compartilhou nas redes, a “Marrom” grita “vai, Cárrrmi Lúcia”, no que é secundada por espasmos por parte da presidente do Supremo.
Raquel Dodge estala os dedinhos numa releitura do personagem de Steve Martin no filme “O Panaca”, sobre um branco criado por negros que não sabe que é caucasiano.
Alguém manda um “chora, cabrocha!” “Estou desempregada”, afirma Alcione, fechando a tampa.
Tudo tão falso como uma nota de 7 reais. Ou seja, mais verdadeiro impossível.
Era o samba do Judiciário doido, retrato acabado do Brasil. Mostre a qualquer gringo e o sujeito volta correndo — ou fica para sempre.
A ideia de “humanizar” figuras diretamente responsáveis pela insegurança jurídica nacional passou longe, a não ser para os suspeitos de sempre.
O padre Fábio de Mello, em sua pretensão botocada, gostou: “Tão bonito ver a desconstrução positiva dos que vivem sob a rigidez sisuda do poder. Em última instância, somos todos humanos, necessitados das mesmas alegrias, vítimas das mesmas agruras”.
De marketing ele entende. Pode trocar “desconstrução positiva” por vergonha alheia, padre.
No máximo, as imagens mostram que as virtudes delas como cantoras são proporcionais ao talento em suas áreas de expertise.
Faustão abriu vaga em seu corpo de bailarinas. Ainda dá tempo.