A Globo já iniciou o desenvolvimento de uma série em que o protagonista será um super-herói negro que combate o crime e as injustiças sociais com golpes de capoeira. A produção ganhou força depois que a emissora foi acusada de racismo por ter escalado um elenco predominantemente branco para Segundo Sol, uma novela ambientada na Bahia, onde 76% das pessoas se declaram de pele parda ou preta.
A série será livremente inspirada no filme Besouro, dirigido pelo cineasta e produtor João Daniel Tikhomiroff em 2009. O longa, por sua vez, é baseado numa história real, a de Manoel Henrique Pereira (1895-1924), o Besouro Mangangá, um capoeirista que se tornou uma lenda e até hoje é cultuado pelo movimento negro.
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O Besouro da Globo, segundo uma alta fonte na emissora, terá apenas o personagem do longa e dos livros que retratam sua história. O herói será deslocado para um grande centro urbano, São Paulo ou Rio de Janeiro, e deverá perder ou ocultar sua intensa relação com o Candomblé, para não afugentar católicos e evangélicos.
Mas será sobretudo uma produção inclusiva, com um herói negro e elenco majoritariamente negro.
A série também se passará nos dias de hoje, e não na década de 1920, como o filme e a história real. Em comum com o longa, deverá ter muita ação, lutas coreografadas e efeitos especiais.
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