As famosas agências de checagem não vão conferir as declarações de William Bonner e Renata Vasconcelos na sabatina com Ciro Gomes no Jornal Nacional?
Toda a primeira parte da entrevista foi dedicada a uma defesa passional da Lava Jato sob o velho mantra do “combate à corrupção”.
Renata lembrou que Ciro declarou, recentemente, que iria colocar o Ministério Público “de volta na caixinha” se fosse eleito.
“As pesquisas de opinião mostram que os brasileiros apoiam os promotores, os brasileiros apoiam a Justiça”, completou.
Bonner quis pegar Ciro numa contradição entre denunciar a bandalheira de Temer e ter ao lado Carlos Lupi, presidente do PDT, apesar de ele ser “réu”.
“Isso a despeito do manifesto apoio da população brasileira, ao Ministério Público e também ao Judiciário”, falou o apresentador.
(Lupi é réu, de fato, numa ação cível, mas desde quando isso virou lepra moral ou sinônimo de condenação?).
Bonner e Renata não citaram nenhum número ou instituto em sua sustentação oral.
Há um paradoxo evidente que Ciro não usou: se é assim, como é que Lula segue na liderança isolada nas sondagens?
Basicamente, essa unanimidade é invenção dos âncoras.
Emparedado no interrogatório, o candidato ouve aquilo como se fosse verdade e toca adiante.
Um Datafolha de abril mostrou que 57% dos brasileiros apoiam a prisão de réus após condenação em segunda instância e 36% defendem que isso ocorra após esgotados todos os recursos.
Em maio, a CNT/MDA constatou que 55,7% desaprovam o Poder Judiciário, 89,3% desconfiam da Justiça e 90,3% afirmam que ela não trata todos de maneira igual.
Na Ipsos deste mês, a desaprovação de Sergio Moro sobiu enquanto a de Lula desceu.
Cadê a Lupa, Aos Fatos etc? Fake news, alguém?