Marina levou seu nonsense para a sabatina do UOL. Por José Cássio

Atualizado em 4 de setembro de 2018 às 13:51
Marina

Marina Silva levou seu nonsense para a sabatina dos presidenciáveis do UOL.

Chegou muda e não disse absolutamente nada que se pudesse entender durante os 60 minutos da entrevista. No final, de cara amarrada, informou que só responderia a duas perguntas dos jornalistas.

Assim foi feito, sem que os pobres profissionais que faziam a cobertura do evento pudessem ao menos entabular um lide decente – o UOL saiu com a farra do Refis, mas vale ler a nota que deram para “entender” o desfecho.

Se não fosse uma velha de guerra (foi ministra, senadora, deputada estadual, vereadora, líder dos seringueiros) e candidata com chances reais de comandar um país complexo como o Brasil, seria possível dizer que Marina está disputando a presidência da União dos Estudantes Secundaristas.

Sem nem ficar vermelha, desfilou platitudes sobre todos os assuntos: saúde, educação, moradia popular, relação com o Congresso, reforma da Previdência, emprego, corrupção.

Sobre a falta de médicos no país, por exemplo, reconheceu que algumas regiões mais remotas, não fosse o Mais Médicos, programa implantado por Dilma Russeff, estariam à deriva.

E qual ideia nova apresentou sobre o tema? Ampliar? Manter? Trazer mais cubanos? Ir pra Cuba?

Para a presidenciável da Rede Sustentabilidade, há uma nova consciência se formando entre os profissionais da medicina brasileira. “Temos muita gente abnegada disposta e colaborar”.

Jura, Marina, médicos abnegados? No Brasil?

Conta outra que está ficando divertido. Ambiente político, vamos lá.

Como governar com tamanha boa vontade tendo um Congresso Nacional liderado da cadeia por Eduardo Cunha com seu preposto Waldemar da Costa Neto de corpo presente fazendo a correria na Câmara e no Senado?

– Essa pergunta é uma armadilha, reclamou com Fernando Canzian, repórter da Folha e um dos moderadores da entrevista.

– Já me chamaram de Poliana. Mas eu acredito que tem muita gente boa nos partidos disposta a ajudar.

– Nós não podemos nos conformar, não vou entrar nessa lógica, os partidos têm que se reinventar, eu quero mudar a métrica e a ética das relações, estou dando a oportunidade para essas pessoas, mas não pode ser na base do toma lá dá cá… Ufa!

Sobre suspeita de corrupção, comentou que no atual Congresso 200 parlamentares têm processos na Justiça, “alguns com gravações comprometedoras”.

Feito carrapato (o termo da moda para definir o repórter político), corri atrás da candidata para saber quem são essas pessoas que têm gravações comprometedoras.

Pergunta se adiantou?

De nariz empinado, como se nada fosse com ela, seguiu em passos firmes, calada, sustentável.

Nem uma mísera foto decente consegui tirar, mas no fim foi divertido: matei a saudade do meu tempo de militância no Ensino Médio.