Lula não é abstrato para o povo, é concreto. Por Fernando Brito

Atualizado em 16 de setembro de 2018 às 21:52

Publicado no Tijolaço

POR FERNANDO BRITO

Vejo, com o coração pulsando forte, o esforço de gente de bem em demonstrar a verdade: que o enfrentamento à ameaça Bolsonaro é a defesa da liberdade, da democracia, da convivência civilizada do povo brasileiro.

É, sim, e eles têm toda a razão em dizê-lo e não devem deixar um minuto de afirmar que se trata de proteger toda a construção civilizatória do Brasil desde a Constituição de 1988, ameaçada por uma mídia e um Judiciário que a violam e maldizem.

Acho, inclusive, que este será, adiante, um fator de crescimento da candidatura de Fernando Haddad.

O eixo da campanha eleitoral de massa, neste momento, porém, é outro.

Ensina qualquer manual de propaganda que o essencial na comunicação é apontar o benefício concreto.

O benefício concreto do voto em Fernando Haddad, antes de ser um dique contra a ascensão da direita, é a volta da “Era Lula”, a de inclusão, a de (ainda que mínima) ascensão a direitos, a da sensação de pertencimento a um país.

Lula mostrou ter pleno entendimento disso, inclusive na definição do nome de sua chapa.

“Feliz de novo” é a exata remissão às políticas do governo Lula.

Concreto, palpável, vivido.

Lula não é uma abstração ideológica, é uma experiência concreta.

A análise política convencional costuma deixar isso de lado, porque distanciada do povão.

A campanha de Haddad,  por isso, vai focar na exclusão do povo na mídia.

O movimento antifascista será nas redes e já ocorre.

É neste universo que se caminhará na questão do “voto útil”.

Na  propaganda de massa, nesta e na próxima semana, o eixo é a transferência do “lulismo” a Haddad.

Por isso o bilhete de Lula, hoje, dizendo que “é hora de defender nosso projeto, de bater de porta em porta, lembrando o Brasil que construímos juntos.”

A polarização vai se dar aí, entre o passado recente e a história de dominação.

O povo acredita na vida real.