Publicado no Tijolaço
POR FERNANDO BRITO
Vejo, com o coração pulsando forte, o esforço de gente de bem em demonstrar a verdade: que o enfrentamento à ameaça Bolsonaro é a defesa da liberdade, da democracia, da convivência civilizada do povo brasileiro.
É, sim, e eles têm toda a razão em dizê-lo e não devem deixar um minuto de afirmar que se trata de proteger toda a construção civilizatória do Brasil desde a Constituição de 1988, ameaçada por uma mídia e um Judiciário que a violam e maldizem.
Acho, inclusive, que este será, adiante, um fator de crescimento da candidatura de Fernando Haddad.
O eixo da campanha eleitoral de massa, neste momento, porém, é outro.
Ensina qualquer manual de propaganda que o essencial na comunicação é apontar o benefício concreto.
O benefício concreto do voto em Fernando Haddad, antes de ser um dique contra a ascensão da direita, é a volta da “Era Lula”, a de inclusão, a de (ainda que mínima) ascensão a direitos, a da sensação de pertencimento a um país.
Lula mostrou ter pleno entendimento disso, inclusive na definição do nome de sua chapa.
“Feliz de novo” é a exata remissão às políticas do governo Lula.
Concreto, palpável, vivido.
Lula não é uma abstração ideológica, é uma experiência concreta.
A análise política convencional costuma deixar isso de lado, porque distanciada do povão.
A campanha de Haddad, por isso, vai focar na exclusão do povo na mídia.
O movimento antifascista será nas redes e já ocorre.
É neste universo que se caminhará na questão do “voto útil”.
Na propaganda de massa, nesta e na próxima semana, o eixo é a transferência do “lulismo” a Haddad.
Por isso o bilhete de Lula, hoje, dizendo que “é hora de defender nosso projeto, de bater de porta em porta, lembrando o Brasil que construímos juntos.”
A polarização vai se dar aí, entre o passado recente e a história de dominação.
O povo acredita na vida real.