Jair Bolsonaro está sendo um Judas para o irmão Magno Malta.
A bancada evangélica tenta emplacar um novo ministro. Lideranças levaram três nomes e nenhum é o do senador derrotado em 2018.
São eles Ronaldo Nogueira (PTB-RS), Gilberto Nascimento (PSC-SP) e o insofismável Marco Feliciano (PODE-SP).
Querem morder a pasta da Cidadania, que englobará tudo que não coube da devastação.
“Vai envolver tudo isso aí: mulher, igualdade racial, está certo?”, definiu Jair, como de hábito elegante e preciso.
Como ninguém quer se responsabilizar por Malta, jogaram o sujeito no colo do chefe.
“Entendemos que ele tem méritos próprios, fez por merecer. Se o presidente não escolher ele depois de tudo o que fez na campanha, será ingratidão”, falou um parlamentar ao Broadcast Político.
O governo está na mão dos fundamentalistas.
A reação dessa gente fez com que Mozart Ramos fosse barrado no MEC para entrar em seu lugar Ricardo Vélez Rodríguez, colombiano defensor da palhaçada da Escola Sem Partido.
Feliciano é o mais cotado. O perfil ajuda: famoso, batalhador do obscurantismo, reconhecido por sua falta de inteligência e a desonestidade intelectual, dono de uma igreja que fatura uma grana.
Em baixa, Malta desapareceu até das redes sociais, nas quais vivia dando recado a Bolsonaro, cobrando-lhe sabe Deus o que lhe foi prometido e em que circunstâncias.
Postou uma foto dos dois tomando café com uma legenda sabuja.
“Ha 6 anos atras quando só existe nos 2 , o cafezinho feito por ele fazia parte desse sonho, o sonho chegou, e continua tudo igual ! Valeu meu presidente”.
Peço perdão por reproduzir sem corrigir o português desgraçado do sujeito.
Apela sempre à mulher Lauriete, cantora gospel, para dar uma força.
“Magno Malta deve sim ser ministro, não por suas convicções religiosas ou amizade com o Presidente, mas pela dedicação às suas bandeiras, às causas que defende com coragem”, escreveu ela no Twitter, provavelmente com o marido olhando por cima de suas costas.
Malta é queimado mesmo entre as hostes da extrema direta que elegeram JB.
Defende os valores do cidadão de bem e da família, mas sua trajetória nesse campo é, para usar um eufemismo, controversa. O DCM já contou parte dela.
Pendurou-se em todos os presidentes desde Lula, pulando do barco quando a maré mudou.
Criticou o aumento de salário do STF. “Vamos lutar forte e não permitir essa indignidade contra o pais”, escreveu.
Não apareceu no dia da votação. Sua assessoria alega que estava num check-up.
Não topou ser vice, mas fez campanha para Jair. Orou com ele no dia da vitória — e agora se vê trocado por Feliciano.
“Muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos”, escreveu Mateus.
Quem mandou não ler a Bíblia?