Não sejamos mesquinhos na análise da continência de Jair Bolsonaro a um assessor de Donald Trump.
Essa bajulação explícita, essa subserviência medíocre, esse viralatismo despudorado não são apenas do presidente eleito.
A continência representa, também, Sergio Moro, capacho dos EUA, responsável pela perseguição judicial a quem ousou defender a soberania brasileira.
É do novo pastor das relações exteriores, para quem o “globalismo marxista” só pode ser salvo pela ação messiânica do trumpismo.
É do ex-procurador Rodrigo Janot, serviçal de primeira ordem dos interesses norte-americanos, disposto a prestar contas de cada passo da Lava Jato ao Tio Sam.
É do PSDB, cujos representantes correram até Washington para entregar o nosso petróleo depois de conspirar e dar um golpe de estado contra uma presidente honesta.
É de Temer e asseclas, traidores dos interesses nacionais no desmonte da petrolífera em benefício do capital estrangeiro, sobretudo o norte-americano.
É do Judiciário brasileiro – de Barroso a Fux – com as decisões e omissões para sustentar uma farsa e manter na cadeia o presidente capaz de devolver ao país a dignidade.
É da mídia vendida, submissa, parcial e avessa ao povo, encarregada de criar a narrativa para legitimar a destruição do patrimônio brasileiro, celebrar a cultura do punitivismo, criminalizar países independentes da coleira dos EUA e canalizar o ódio contra a esquerda.
O que Bolsonaro fez foi resumir toda a degeneração política, econômica, social, trabalhista e até emocional da história recente do país na continência, o ato de humilhação extrema diante da comunidade internacional.
O gesto é apenas a síntese visível de um Brasil colocado à venda, por um preço bem baratinho, na liquidação da diplomacia mundial.
https://www.youtube.com/watch?v=goCsCI8lYII&feature=youtu.be