Com Kassab abatido, Rodrigo Garcia assume a posição de número 1 do governo Doria. Por José Cássio

Atualizado em 19 de dezembro de 2018 às 10:56
RODRIGO GARCIA, JOÃO DORIA E GILBERTO KASSAB DURANTE ANÚNCIO DOS NOVOS SECRETÁRIOS. Foto: Divulgação

Nos bastidores, três temas dominam as conversas sobre a situação do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, após o cumprimento do mandado de busca e apreensão por agentes da Polícia Federal (PF) em seu apartamento na manhã desta quarta-feira (19).

O primeiro é sobre a gravidade do fato. Não se tem dúvida de que a operação é decorrência de uma investigação profunda e que não foi inventada ontem.

O segundo ponto é sobre a postura de Kassab diante do fato, bastante elogiada. Com tranquilidade, disse que tem uma vida limpa e nada a temer. Segundo analistas, mostrou serenidade ao respeitar uma decisão judicial e apostar na transparência.

O terceiro tema é pragmático. Com Kassab ofuscado a menos de 15 dias da posse do governo João Doria, cresce o cacife de Rodrigo Garcia, vice de Doria que junto com o ministro da Ciência e Tecnologia estava incumbido de cuidar do Estado enquanto o gestor articula sua candidatura à presidência para 2020.

No desenho do novo governo, o papel de Rodrigo Garcia é o de ser o zelador do Estado, enquanto a Kassab caberá a articulação com as forças políticas. Quem conhece Rodrigo, sabe que ele é capaz de cuidar das duas coisas enquanto o colega lambe as feridas e tenta se livrar desse verdadeiro enrosco.