Enquanto Trump cancela o descanso na Flórida e avisa que permanecerá em Washington, seu representante na posse de Bolsonaro já está a caminho do Brasil.
É o secretário Mike Pompeo.
Em comunicado, a pasta que ele chefia, o Departamento de Estado, afirmou que o presidente eleito é “um líder que já expressou interesse em relações mais estreitas com os Estados Unidos e nossos aliados regionais”.
Destaca também que quer estreitar parcerias com o Brasil.
“Nossa cooperação tem o potencial de tornar nossos países mais prósperos e mais seguros. Juntos, apoiaremos a democracia em todo o Ocidente”, aponta.
Para o Departamento, a presidência de Bolsonaro marca “um novo capítulo” que poderá apresentar uma “oportunidade histórica” para expandir as relações comerciais entre países, cuja corrente flutua em torno dos US$ 100 bilhões anualmente.
A nota relata uma das áreas em que os EUA pretendem atuar nessa nova era de parceria com o Brasil: defesa.
Leia-se: estratégia de guerra.
“Buscaremos aumentar o comércio e o investimentos entre nossos países, incluindo aumentar as oportunidades para negócios norte-americanos nas áreas de tecnologia, defesa e agricultura.”
O Brasil concorre com os EUA na área de agricultura. Seriam abertas oportunidades para quem exatamente?
Também aplaude Bolsonaro pela hostilidade em relação à China.
“Aplaudimos o presidente eleito por defender a soberania brasileira em face às predatórias práticas da China em comércio e finanças”, afirma.
A China se tornou em 2017 o maior parceiro comercial do Brasil. Os EUA têm, naturalmente, interesse em atrapalhar o país nessa parceria.
Sobre a vitória no pleito presidencial em outubro, o Departamento de Estado avalia que os resultado “demonstra a estabilidade e a integridade das instituições democráticas no País”.
“Como as duas maiores democracias na região, nossa parceria é baseada em valores e compromissos compartilhados, como democracia, soberania das leis, segurança pública, educação e direitos humanos”, diz. “Os EUA vão trabalhar com o Brasil para dar suporte aos cidadãos da Venezuela, Cuba e Nicarágua, que estão lutando por liberdade contra regimes repressivos.”
Os EUA estão, claramente, querendo usar o Brasil para defender seus interesses.
O que Venezuela, Cuba e Nicarágua fizeram contra o Brasil para que o país se meta nas questões internas destes três países?
Cautela, Brasil!
O desastre Bolsonaro poderá ser ainda maior se as instituições brasileiras permitirem que o presidente eleito jogue a nação nestas aventuras.
Todos nós pagaremos a conta.