Lula é uma ideia fixa da família Bolsonaro.
A mulher, Michele, já tinha se deixado fotografar com uma camiseta com a frase que a juíza Gabriela Hardt dirigiu a Lula, na audiência em que a magistrada tentou humilhar o ex-presidente, com uma agressividade que parecia quase incontrolável.
Hoje, no Twitter, o filho mais novo dele, Carlos, postou um vídeo com momentos que ele considera marcantes de Jair Bolsonaro.
Em um dos trechos, Bolsonaro aparece socando o boneco de Lula com a roupa de presidiário, o Pixuleco, criado muito antes de Lula ser denunciado pelo Ministério Público Federal, nas manifestações de ódio, em que, a pretexto de combater a corrupção, brasileiros vestiam a camisa da CBF.
Este foi o caso em que a ficção se tornou realidade, pelo empenho da equipe de Deltan Dallagnol e o seu power point.
Agora, a assessoria de Jair Bolsonaro informa que ele pretende quebrar o recorde de público na posse presidencial, que pertence a Lula.
Em 2003, um público estimado em 250 mil pessoas acompanhou a posse de Lula.
Bolsonaro quer 500 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios.
Pode ser que consiga, pode ser que não – acredito que não.
Mas o número de presentes em Brasília, no ato da posse, não é o que importa.
O recorde que interessaria ao Brasil que Bolsonaro quebrasse é dos números que Lula apresentou ao terminar o mandato.
O ex-presidente entregou o cargo a Dilma Rousseff com um recorde de aprovação.
Segundo a pesquisa Ibope, divulgada em 16 de dezembro, 87% de brasileiros consideravam seu governo ótimo ou bom.
Na mesma pesquisa, 81% declararam que confiavam em Lula.
Temer está terminando seu curto mandato, obtido mediante um processo de impeachment sem crime de responsabilidade, com apenas 7% de aprovação.
Bolsonaro representa, sob muitos aspectos, a continuidade do governo Temer, já que a plataforma de ambos tem muitos em comum, como a reforma da previdência e a retirada de direitos trabalhistas.
Também aprofunda a participação de militares na vida civil, no caso de Temer representada pela influência do ministro do Gabinete Institucional, Sérgio Etchegoyen, e pela entrega da área de segurança pública do Rio de Janeiro para o Exército.
Com Temer, o Brasil voltou a conviver com manifestações ostensivas de militares nos assuntos da vida civil, como no caso do julgamento do habeas corpus de Lula.
Na ocasião, o comandante do Exército, general Eduardo Villas-Boas, disse, por meio do Twitter:
“Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”
Agora, o governo que assume terá sete militares em postos-chave do governo, dois deles com gabinete no próprio Palácio do Planalto, além do vice, general Hamilton Mourão.
Com esse perfil, a equipe de Bolsonaro inicia um governo com mandato de quatro anos.
Será que, em 2022, ele terá os mesmos números de Lula?
Será que ele vai chegar a 2022 como presidente?
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Abaixo, o vídeo com as baixarias de Jair Bolsonaro selecionadas pelo filho, Carlos.