Bom dia, pessoal. Hoje seguiremos a agenda de reuniões com empresários e faremos a nossa primeira palestra aqui no Fórum. Um clima de muito otimismo e confiança no Brasil e grande receptividade das oportunidades de investimento em nosso Estado. #SPemDavos #WEF2019 pic.twitter.com/xPrZYgEB2c
— João Doria (@jdoriajr) January 23, 2019
Davos é uma festa – especialmente para João Doria.
Na pornochanchada tropical protagonizada pela família Bolsonaro e seus agregados diante do tubaronato financeiro mundial, quem melhor que o gestor para se destacar e levar vantagem?
Apontado pelo próprio Bolsonaro e por Paulo Guedes, como o possível presidente da República no futuro, o governador paulista deita e rola, tirando selfie e gravando vídeos, como o que realizou ao lado de um constrangido Sérgio Moro para falar dos planos de combate ao crime organizado.
– Combinamos uma reunião com os governadores para tratar de segurança pública, até 10 de fevereiro, para ser compartilhado o novo programa de segurança nacional, anunciou, tento ao seu lado um Sérgio Moro com cara de dois de paus.
Nenhuma preocupação com os fatos gravíssimos envolvendo as milícias do Rio e o envolvimento de seus principais líderes com um senador eleito e filho do presidente da República.
Quem se importa com seriedade pública quando estamos tratando de João Doria numa entrevista com Sérgio Moro?
A sério o gestor quer mesmo é discursar para uma plateia de banqueiros sobre seus esforços no objetivo de alcançar a reforma da Previdência.
– Tanto Paulo Guedes como eu entendemos que ela é primordial para o País, disse ao Estadão.
– Se acontecer, muda o País de maneira rápida e concreta e abre as comportas para os investimentos internacionais. Aqui em Davos há uma expectativa em relação ao um conjunto de reformas, especificamente a da Previdência.
Em nenhum momento de sua estada em Davos, João Doria citou o presidente Bolsonaro ou mostrou qualquer tipo de preocupação com os problemas do povo brasileiro.
O gestor que entrou na vida pública negando a política e traindo Geraldo Alckmin, seu padrinho, na primeira curva, segue seu rumo, agora no encalço da cadeira do presidente limítrofe que é incapaz de se submeter a uma sabatina de imprensa num evento manjado em que todos estão focados no tradicional ganha-ganha.
Se Geraldo foi atropelado sem dó, e Doria parece já ter conquistado a cumplicidade do Posto Ipiranga do novo governo, imagine só o que vai sobrar de Bolsonaro em quatro anos?
Davos foi só o primeiro ato. O show não pode parar.