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Há uma articulação de bastidor em Brasília para que Deltan Dallagnol seja indicado procurador-geral da República em setembro, substituindo Raquel Dodge.
Procurador da República e estrela da Lava Jato, Dallagnol tem adotado tom menos crítico em relação ao governo Bolsonaro do que aquele que usava em relação às administrações Dilma e Temer.
A ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) faz uma eleição interna e apresenta lista tríplice ao presidente da República.
Nos bastidores do governo Bolsonaro, há simpatia por Dallagnol, quem tem sido econômico ao falar do caso Flávio Bolsonaro-Fabrício Queiroz.
Bolsonaro tende a não reconduzir Dodge. Se o hoje tímido Dallagnol disputar a eleição interna e ficar entre os três mais votados, terá legitimidade da categoria para assumir o comando do Ministério Público Federal.
Mas integrantes da gestão Bolsonaro dizem que o presidente poderia nomear Dallagnol mesmo se ele ficar fora da lista tríplice. Sergio Moro, ministro da Justiça, é o maior padrinho dessa possível indicação.
Nos governos Lula e Dilma, foi indicado o mais votado da lista, como forma de prestigiar a autonomia do MP. A gestão Temer optou pela segunda colocada, por entender que o primeiro da lista, Nicolao Dino, era muito ligado ao então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Bolsonaro já deu a entender que pode não seguir o critério de seus três antecessores.
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PS: A Lava Jato não é uma força-tarefa para combater a corrupção, é um projeto de poder.