Carlos Fernando dos Santos Lima ainda é procurador da república, embora não trabalhe mais na Lava Jato.
No entanto, continua na militância da força tarefa que se firma, cada dia mais, como uma organização política.
A exemplo de Deltan Dallagnol, comemorou a eleição de Davi Alcolumbre, na verdade a derrota de Renan Calheiros.
Mas não só isso.
Demonstrando indisciplina, postou no Facebook uma mensagem em que, reproduzindo texto de um site, afirma: “Novo presidente deve demitir Bandeira de Mello”, que é secretário geral da mesa do Senado e membro do Conselho Superior do Ministério Publico.
É aí que o calo aperta em Carlos Fernando.
Bandeira de Mello tem sido uma voz independente no Conselho Superior do Ministério Público e já denunciou abusos na Lava Jato, especialmente de Carlos Fernando, por ser ser comentarista de Facebook e atacar até quem investiga.
Ele agora se vinga, porque sabe que tem na presidência do Senado um subordinado de Jair Bolsonaro, que a Lava Jato ajudou a eleger.
Ele parece ver Renan Calheiros não como autoridade política que pode e deve ser investigado, mas como um inimigo. Escreveu:
“O melhor desse vídeo da renúncia de Renan Calheiros é ver que acabou aquele sorriso de superioridade dele.”
É uma indisfarçável manifestação de raiva.
Carlos Fernando também fez piada com o presidente do Supremo Tribunal Federal, José Antônio Dias Toffoli. Publicou a mensagem:
“Coitado de Toffoli, que perdeu uma noite de sono com este episódio para nada.”
É uma insinuação grave: dá a entender que Toffoli tinha interesse na eleição de Renan Calheiros e não estivesse apenas aplicando a lei e a Constituição.
Deltan Dallagnol compartilhou a mensagem de Carlos Fernando, como se os dois ainda fizessem dobradinha na Lava Jato — o Pink e o Cérebro.
Se fazem isso agora, imagine-se o que farão quando Dallagnol for colocado por Jair Bolsonaro na cadeira de Raquel Dodge, como quer Sergio Moro, e passar a chefiar o Ministério Público Federal.
Sobre Flávio Bolsonaro, sua conta milionária e sua ligação com as milícias, não dizem ou escrevem uma palavra.
E querem pagar de combatentes na luta contra a corrupção.