Publicado originalmente no perfil do autor no Facebook
POR LUIS FELIPE MIGUEL
Nos seus tempos de militar, Bolsonaro dedicava-se a vender bolsas fabricadas com lona de paraquedas furtada do Exército. Em seguida, foi o mentor de um plano terrorista para explodir quartéis em protesto contra baixos salários. Considerado indisciplinado e com baixa capacidade intelectual, acabou expulso – mas na forma de uma aposentadoria compulsória, quando ele tinha 33 anos de idade.
É esse aposentado precoce que declara guerra à classe trabalhadora com seu projeto de destruição dos direitos previdenciários. E é esse militar de fancaria que namora a ideia de iniciar outra guerra, essa contra a Venezuela, em defesa dos interesses de uma potência estrangeira, os Estados Unidos, rompendo a tradição de ausência de conflito armado com os vizinhos que o Brasil mantém desde o século XIX.
As sucessivas campanhas contra a Previdência Social não foram capazes de gerar apoio popular às tentativas de “reforma”. Também não acredito que a paranoia antivenezuelana induzida há anos pela direita seja capaz de angariar aprovação a uma aventura militar pró-imperialista.
Não à reforma da previdência. Não à guerra contra a Venezuela. São duas palavras de ordem que sintetizam o caráter antipopular e antinacional do atual governo.