FIASCO NACIONAL
Comparada à edição da sexta (22) – que fez uma exaltação quase histérica ao show midiático da “assistência humanitária e praticamente anunciou a queda de Nicolás Maduro -, o Jornal Nacional deste sábado foi o retrato da desolação global.
Pela tela desfilaram entradas pretensamente bombásticas – em todos os sentidos – de repórteres nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e com o Brasil, cenas de gás lacrimogêneo e correrias, exaltação das caras e bocas de Juan Guaidó e imagens das duas caminhonetes que tentaram entrar pelo Brasil – uma se atrasou por causa de um pneu furado. Nada disso conseguiu esquentar o anticlímax geral.
Não foi possível deixar de lado a marcha e o discurso conduzido por Maduro em Caracas. O noticiário da família Marinho acusou o gol contra.
As nuvens da guerra não estão dissipadas. Ao final, o telejornal arruma um coronel brasileiro para uma denúncia espetacular:
– Foram atiradas pedras do território venezuelano contra o Brasil. Vieram tiros também. Ah, e jogaram bombas, além de tudo.
O milico referia-se às escaramuças forçadas ao longo da tarde pelo fechamento da fronteira. Diante disso, o prestimoso repórter, expressão grave, sentencia:
– O Palácio do Planalto informa que está investigando o que se passou.
Com cara de quem está prestes a irradiar o desembarque na Normandia, William Bonner tranquiliza a Nação:
– O Jornal Nacional fica por aqui.