Não se reclame que Jair Bolsonaro esconda suas intenções (e o pior, as ações) ditatoriais e sabujas para o nosso país.
Voltou a fazer, ontem, a sugestão para que opositores de esquerda a seu governo “vão para a Venezuela” a qual só não apoia a invasão militar, por causa das “nossas limitações”, ou seja, a Constituição. Ao menos por enquanto, é claro.
Repetiu o que já fizera seu filho e defendeu a construção do famigerado muro de Trump contra latino-americanos, que não consegue nem apoio dentro dos EUA e que se quer implantar na marra.
Disse que a maioria dos potenciais imigrantes para os EUA – e não excluiu os brasileiros – é mal-intencionada e não quer o bem dos norte-americanos.
Fez tudo aquilo que, em outros tempos, acusava-se de fazerem os “comunistas apátridas”, colocando os interesses do país a serviço de uma ideologia transplantada para cá e à frente de seus interesses comerciais.
Exibe, orgulhosamente, sua proximidade com fanáticos de direita, humilhando publicamente seu vice-presidente. Que, aliás, quase foi substituído pelo filho presidencial nos despachos no Planalto.
Bolsonaro trilha um caminho que exige de nós não apenas resistência, mas lucidez.
Ele já não une a direita, o conservadorismo e os contingentes da classe média que uniu ao final de sua campanha.
Nós é que devemos trabalhar por esta unidade e barrar, no que for possível, a missão destrutiva do Brasil que ele próprio assumiu ontem, ao dizer que é preciso “desconstruir muita coisa”.
E a primeira delas, ao que parece, é a dignidade nacional.