Abacaxi, parte 2: “Não nasci para ser presidente, e sim militar”, diz Bolsonaro, expulso do Exército. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 5 de abril de 2019 às 16:23
“Alguém me tira daqui”

Jair Bolsonaro segue em suas confissões de desprezo pelo lugar que ocupa e pela nação que preside.

Nesta sexta, dia 5, em discurso no Planalto para inauguração do Espaço de Atendimento de Ouvidoria da Presidência da República, pediu desculpas pelas “caneladas”.

“Não nasci para ser presidente, e sim militar”, afirmou. 

Essa suposta vocação para a caserna não encontra respaldo nos fatos.

Sua carreira acabou precocemente depois de um plano terrorista frustrado para explodir uma adutora no Rio de Janeiro.

Foi afastado das fileiras do Exército em 1988, com apenas 15 anos de serviço e 33 de idade. Passou a receber uma aposentadoria de capitão que hoje chega a R$ 9.135 mensais, 63% acima do teto do INSS.

Como já foi dito aqui, Geisel o menosprezava. Jarbas Passarinho idem.

“Às vezes me pergunto, meu Deus, o que fiz para merecer isso? É só problema”, falou, segundo o Broadcast Político.

O que fizeram seus eleitores para merecer isso? O que fizeram os brasileiros?

Antes de embarcar de volta após quatro dias de viagem repleta de presepadas em Israel, ele já havia filosofado sobre onde se metera. 

“Sabemos que Netanael (Netanyahu em bolsonarês) é passageiro, daqui a pouco muda. Eu também sou passageiro no Brasil”, pontuou.

“Graças a Deus, né? Imagina ficar o tempo todo com esse abacaxi”.

É um caso clínico.

O sujeito queria emplacar as crianças, foi eleito por uma facada e assume sua inépcia pondo a responsabilidade nas costas do Todo Poderoso — que, se existisse, já teria se manifestado.

Um caminho honesto seria a renúncia.

Dado que não tem grandeza para o gesto, vai sangrar a Presidência e diminuir o país até ser devidamente chutado de volta para o condomínio na Barra da Tijuca e para os braços da milícia.

Até lá, vamos assistindo.