“Sou neutro”, jura desembargador Thompson Flores sobre suspeição para julgar Lula. Por Fernando Martines

Atualizado em 15 de julho de 2019 às 13:47
Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, presidente do TRF-4

PUBLICADO NO CONJUR

POR FERNANDO MARTINES

O desembargador Thompson Flores, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, não acolheu pedido de suspeição feito contra ele pelo ex-presidente Lula, no processo do sítio de Atibaia. O julgador foi um dos membros da turma que confirmou a condenação do petista na segunda instância.

Uma das alegações da defesa de Lula é que Rogério Galloro, diretor-geral da Polícia Federal, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que recebeu uma ligação de Flores dizendo para não soltar o ex-presidente — no dia em que o desembargador Rogério Favreto determinou a soltura do petista.

Segundo Thompson Flores, não houve ordem por telefone, tendo apenas dito que despacharia dentro de alguns minutos.

A defesa de Lula também afirma que as demonstrações de apreço de Flores pelo juiz Sergio Moro e seu modo de trabalhar demonstram que há suspeição no caso.

Porém, o desembargador afirma que essa consideração pelo modo como Moro trabalhava não carrega em si nenhum juízo de valor quanto ao mérito do caso.

“Houve a manifestação de apreço com a técnica jurídica adotada pelo órgão julgador responsável pela condução daquele processo — sem pronunciamento acerca da valoração atribuída por aquele órgão julgador aos elementos cognitivos daqueles autos (mérito); e manifestação acerca dos julgamentos possíveis àquela pretensão deduzida — juízo de procedência; juízo de improcedência; e declaração de nulidade processual”, afirma.