Sim, você leu direito.

A solução para o time catalão é Neymar. Pelo menos, se mesmo após a desclassificação na Champions League, o Barcelona mantiver o mesmo esquema de jogo.

Não porque Messi esteja em decadência, mas por não contar com um substituto à altura e o argentino não ter o corpo fechado contra lesões como era de se supor. O suplente natural para o número um do mundo é o brasileiro.

O Barcelona possui ótimos jogadores, eficientes, obedientes e provavelmente perfumados. Nenhum craque à altura de Messi ou Neymar.

Sim, Neymar.

O atacante brasileiro pode fazer a diferença nesse esquema barcelônico de jogar com dez operários travados e um criativo com total liberdade para decidir, para atuar daquele modo que parece estar jogando sozinho. Aquele jogador que pega a bola no campo de defesa, dribla meio time e finaliza. Assim como Messi, só Neymar é especialista nisso. Alguns jogadores já tiveram seus lampejos de genialidade e fizeram um gol assim na vida. Até Rubens Barrichello já teve uma vitória épica em mais de 20 anos de carreira ultrapassando todo mundo. Acontece. Executar isso com a frequência quase semanal com que Messi e Neymar realizam, é raríssimo.

Portanto, se é para continuar jogando nesse sistema dependente de um gênio indomável, centrado em um único jogador, onde Ronaldinho Gaúcho também viveu seu auge dada essa liberdade, a solução é Neymar.

Messi, Neymar e Ronaldinho Gaúcho fazem parte dessa categoria de jogadores que brilham enormemente em clubes mas desapontam em suas seleções. Pelas razões expostas acima. Precisam ser a estrela principal e com total liberdade. Daí funcionam.

Não afirmo que seja melhor que Messi (ainda não, mas quem sabe um dia), nem que algum dia vá ser eleito melhor do mundo, mas é com certeza o jogador adequado para aquele time.

Se o Barça não pretende efetuar nenhuma alteração em seu estilo, Neymar é o cara. Sem um craque genial em campo, a posse de bola nada representa. Na primeira partida contra o Bayern, pelos meados do segundo tempo a posse de bola estava favorável ao Barcelona em 65%. O placar era desfavorável em 3 gols. De que adianta manter a bola nos pés sem objetividade?

Quando encontra um time mais agressivo (ou vertical como se diz hoje), a situação se complica muito.

Somado à minha eterna e pessoal opinião de que o estilo do Barcelona é extremamente chato (a seleção e o Corinthians de Parreira também eram), acredito que sempre tenha ocorrido um excesso de respeito. O Santos de Neymar não tinha time para vencer aquele màs que un club espanhol na final do mundial, porém o chocolate foi muito mais em decorrência dessa reverência, a meu ver, injustificada. Esse “deixar-se envolver” é muito mais deficiência dos demais times que méritos do Barcelona, um time campeão mundial em tirar bobinho e que os demais ficam vendo jogar. O Bayern não tomou conhecimento e foi para cima. Deu no que deu.

Se é que já não pertença ao Barcelona, tantos sãos os boatos, é melhor o clube catalão apressar-se na compra de Neymar pois o destino natural do brasileiro é deixar o país. Sobretudo após a Copa. É inevitável. Se o escrete canarinho vencer, porque será o herói valorizado e finalmente com chances de conquistar a Bola de Ouro. Se perder, porque se tornará insuportável a pressão sobre ele pela culpa (que já é feita covardemente hoje como visto em BH no último jogo).

Acho Neymar um craque, sim. Além disso, possui características similares às de Ronaldinho Gaúcho que podem ser entendidas como qualidades mais simpáticas à arte do futebol.

Enquanto Messi me lembra um garoto biônico (parece um robô programado que não falha nunca), Neymar é randômico, é divino (pois deuses também falham) e reside aí a graça do futebol.

Mas quando acertam, não tem para ninguém. Após cometer o tento que lhe rendeu prêmio de o gol mais bonito do ano em 2011, um repórter perguntou se ainda tinha mais dribles “ensaiados”. Neymar não precisa ensaiar nada, ele inventa na hora. Faltou Neymar no Camp Nou nesta última quarta-feira.