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POR SIMÃO PEDRO
Numa trama sórdida dos membros da Lava-Jato com todas as impressões digitais de Sérgio Moro por trás e a aparente participação do governador Dória, o dia de hoje começou com a decisão da juíza Carolina Lesbos, responsável pela execução penal contra o presidente Lula, de transferi-lo de Curitiba para São Paulo a pedido da Polícia Federal e terminou com a decisão, por 10 votos a 1, do STF de anular tal decisão esdrúxula.
Em São Paulo, o governo Dória já tinha mandado preparar uma cela na penitenciária de Tremembé para que Lula fosse transferido para lá depois de decisão do juiz federal Paulo Eduardo de Almeida Sorci que fora nomeado por Moro para tal posto há pouco tempo atrás.
No final da tarde, a Bancada do PT na Assembleia Legislativa de S. Paulo resolveu questionar Dória na Justiça – que está em viagem à China – para saber se ele já estava à par da operação antes de ela ser anunciada, pois suas atitudes de postagens nas redes sociais deixaram essa suspeita.
As digitais de Moro e do governo Bolsonaro ficaram impressas na decisão dos juizes, pela semelhança à outras decisões agressivas de desrespeito e contra os direitos do presidente Lula – condução coercitiva ilegal em 2016, interrogatórios desrespeitosos, pressa na condenação e prisão, entre outros – e pela designação do juiz de São Paulo que decidiu por transferir Lula para Tremembé. Além disso, a operação frustrado de hoje se deu a 6 dias do julgamento do Hábeas Corpus impetrado a favor de Lula no STF alegando a suspeição de Sérgio Moro no julgamento de Lula e em meio às revelações das ações ilegais do ex-juiz com os membros da Força Tarefa da Lava Jato através da publicação dos diálogos dele com Dellagnol.
A decisão da transferência de Lula para São Paulo comoveu toda a militância da esquerda brasileira, jornalistas e parlamentares de diversos partidos e a população em geral – menos os bolsonaristas – inclusive do Podemos, DEM e até PSDB, que viram nessa atitude um ato vingativo, insensível e autoritário de Moro e seus asseclas no Judiciário. Discursos no Parlamento, um pedido de audiência com o presidente do STF feito por Rodrigo Maia, presidente da Câmara, a audiência com Dias Toffoli e a votação no plenário do STF paralisou o Brasil e resultou na suspensão da decisão atabalhoada, reforçando a expectativa de uma nova vitória no mesmo Supremo na semana que vem.
Ficou evidente que tudo não passou de uma tentativa de desqualificar o The Intercept e o STF, principalmente depois das duras falas de Gilmar Mendes contra os membros da Lava Jato. Com essas atitudes fascistas, vão alimentando o ódio disseminado entre os cães raivosos defensores do Bolsonarismo. A prisão de Lula em Tremembé, além de impor humilhação ao presidente, poderia colocar sua vida em risco, o que poderia ser visto como uma tentativa de assassinato.
Para mim e para muitos, nosso País já está em regime de exceção político e os que deram o Golpe e hoje governam, colocam em prática a venda explícita do patrimônio público e dos direitos sociais do povo. A violência do fascismo já atinge à todos e ninguém está seguro nesse regime atual. A tentativa de assassinato de Lula está nessa lógica. E deve ser entendida como um recado. O STF!hoje segurou. E amanhã, segurará?
É urgente unir e fortalecer a Esquerda que se opõe à destruição do Brasil e ao fascismo bolsonarista! A aprovação do fim da Previdência Social ontem na Câmara com a maior naturalidade, os assassinatos de índios, o corte de recursos orçamentários da Educação e Saúde, o desemprego crescente é desalentador, a submissão à Trump e aos interesses dos EUA, o aumento do desmatamento da Amazonia e outras barbaridades com certeza deram respaldo para matarem Lula. E penso que eles vão tentar mais vezes. O bolsodória voltou com tudo!