O diretório estadual do PSDB-SP se reúne nesta segunda para deliberar sobre a expulsão definitiva do militante Fernando Guimarães, coordenador da corrente Esquerda Pra Valer. Neste fim de semana, Guimarães manifestou-se contrário à filiação do deputado Alexandre Frota no partido.
Internamente, o PSDB está dizendo que o militante está expulso pelo diretório municipal, o que leva alguns a acreditarem que a sigla pode “forjar” uma ata com data retroativa para justificar a medida.
Guimarães esteve em Brasília em maio, na Convenção Nacional, e discursou. De lá para cá, alega que não recebeu qualquer comunicado sobre sua expulsão. Se ela acontecer de fato, ele pretende recorrer ao diretório nacional alegando direito de defesa.
O clima no partido é péssimo. A militância foi desmobilizada e as decisões são tomadas pelo governador João Doria e comunicadas a Fernando Alfredo, presidente do municipal, e Marco Vinholi, presidente da seção estadual da sigla.
Acabou o que os militantes chamam de “fechamento de questão”, ou o compartilhamento de decisões com filiados.
Para piorar, quem poderia interferir optou por jogar a toalha: são os casos de lideranças da velha-guarda como Serra, FHC, Geraldo Alckmin e José Anibal. O único que ainda mantém uma postura crítica é o ex-governador Alberto Goldman.
Enquanto ainda não está oficialmente expulso, Fernando Guimarães aproveita para planejar, em 2 de setembro, no teatro Tuca, sede da PUC-SP, a versão ampliada do “Fórum pela Democracia Direitos Já”, com lideranças de dez partidos, entre eles PSDB, PDT, PT e Cidadania, com objetivo declarado de formatar um grupo suprapartidário de oposição ao governo de Jair Bolsonaro.
O movimento tem a simpatia de dezenas de filiados tucanos, mas não é reconhecido pelas instâncias internas do partido.