O presidente do Chile, Sebastian Piñera, se prestou ao papel de garoto de recado de Bolsonaro. É o que o próprio presidente brasileiro disse hoje, em rápida entrevista, na qual repetiu o discurso de vítima de Emmanuel Macron.
“Piñera esteve no G7 como convidado e havia solicitado por ele (sic) alguns dias antes, assim como outros chefes de estado, que levasse a palavra do Brasil para o momento que nós estamos vivendo”, afirmou.
Bolsonaro disse que Piñera cumpriu a missão solicitada por ele com “muita maestria”.
No retorno ao Chile, Piñera passou pelo Brasil para dar o relato ao presidente brasileiro.
Pelo menos em público, Piñera não recebeu tapinha nas costas.
Na entrevista, Bolsonaro também distorceu fatos, ao dizer, por exemplo, que Macron é de esquerda. Também se definiu como político de “centro-direita”.
O francês que ouvir um absurdo desses vai dar gargalhadas. De resto, como defensor da tortura, Bolsonaro é de extrema direita.
Piñera poderia ter passando sem incluir o vexame de se prestar ao papel de garoto de recados de Bolsonaro em sua biografia.
Depois de discutir com um jornalista, que o confrontou com a informação de Macron é considerado de centro direita, Bolsonaro encerrou a entrevista e saiu quase empurrando o presidente chileno, que exibia um sorriso subserviente.
A população chilena tem um motivo a mais para se envergonhar de seu presidente.
Em suas breves palavras, Piñera anunciou que o Chile enviará quatro aviões para ajudar no combate ao fogo na Amazônia.
Destacou que respeita a soberania do Brasil, o que estava (e está) fora de questão.
Veja o vídeo: