Entra apresentador, sai apresentador e o Roda Viva continua, na essência, a mesma sopa.
Dependendo do entrevistado, não sendo amigo da casa, o clima é de inquisição.
No caso de Glenn Greenwald, convidado desta segunda, dia 2, a missão da bancada era mostrar seus métodos criminosos à frente do escândalo da Vaza Jato.
Um editor do Globo, Gabriel Mascarenhas, conseguiu perguntar o seguinte: ”Você defende a anulação sumária de todos os processos e condenações da Lava Jato?”
O editor do Intercept falou o óbvio: não é jurista e não pode responder.
A âncora Daniela Lima ressuscitou a tese apocalíptica de que a revelação das mensagens resultaria na soltura de “Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima”, entre outros.
Faltaram o Drácula, o King Kong, o Michael Jackson e o Charles Manson.
Ora.
Se o processo deles estiver viciado e se o entendimento do Supremo for esse, que tenham um novo julgamento.
Ana Maria Campos, do Correio Braziliense, bateu o recorde de enrolação em torno do nada para chegar a lugar nenhum.
Num fórum de jornalistas, é espantoso que NINGUÉM tenha tido curiosidade sobre as ilegalidades de Dallagnoll e Moro.
Ninguém.
Um show de despreparo de um bando de gente repetindo a mesma papagaiada de Deltan e seus cometas sobre os hackers de Araraquara.
Uma noite de advogados medíocres da Lava Jato, tentando arrancar uma delação de Glenn Greenwald.
“Não seria mais fácil demitir repórteres e contratar hackers?”, questionou uma fulana. Jesus amado.
No tocante — como gosta Bolsonaro — a profissionais como aqueles, seria uma excelente troca.
Se serviu para alguma coisa, o Roda Viva expôs o baixo nível do jornalismo corporativo brasileiro.
De onde menos se espera é que não vem nada, mesmo.