Jair Bolsonaro deveria conclamar a população a ir às ruas no 7 de setembro com camisetas manchadas de sangue.
Não verde e amarelo, como ele sugeriu, nesse sequestro eterno dos símbolos nacionais por esse bando de extrema direita.
Não preto.
Sangue, mesmo.
Sangue do jovem negro chicoteado por seguranças de um supermercado em São Paulo.
Sangue das vítimas diárias de uma polícia cada vez mais homicida.
Sangue dos indígenas mortos por garimpeiros.
Sangue da floresta que queima por incentivo dele e de seu ministro do Meio Ambiente.
Sangue dos torturados e executados pelo coronel Ustra, herói de Bolsonaro.
Sangue de Marielle.
Sangue de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB, Felipe, e de outros assassinados nos porões da ditadura que Bolsonaro exalta.
Sangue do pai de Michelle Bachelet, Alberto.
“Me trataram como um delinquente, um cachorro”, escreveu ele ao filho numa carta, descrevendo as sevícias aplicadas por seus ex-colegas de Forças Armadas.
Alberto não resistiu a uma sessão de tortura e morreu de infarto em 1974, um ano após o golpe de Pinochet, ídolo de Bolsonaro.
Sangue das meninas estupradas pelo pedófilo Alfredo Stroessner, ditador do Paraguai, chamado por Bolsonaro de “um homem com visão, um estadista”.
Sangue de um Jesus crucificado diariamente por um apóstata que usa seu nome para espalhar ódio e iniquidade.
Sangue de um país destroçado por um psicótico que ocupa a cadeira de presidente da República.