Tênis, se não jogamos como combinado, foi porque realmente não deu.
Um frio úmido cruel como um cossaco russo deixou inativas as raquetes.
Mas o resto fizemos, meu irmão Zé e eu, na semana em que recebi a nobre visita dele em Londres. A beleza esplêndida de Westminster, o Parlamento britânico, foi nossa última parada.
Zé e Camila, minha caçula, se revelaram mestres em explorar liquidações. Janeiro, para quem gosta de fazer compras, é um mês glorioso em Londres e na Inglaterra.
Sales everywhere.
Não surpreende que, chegando com uma mala, Zé tenha partido com duas. Ele e Camila, que para tristeza imensa do pai voltou a São Paulo porque as aulas estão chegando. Londres perde muito sem Camila, que é uma multidão em si própria com sua cabeleira ruiva de irlandesa e sua inteligência, doçura e graça prodigiosas.
Zé me deixou um relógio. O meu, do Arsenal, pifou num banho.
Mas mais ainda me deixou, pouco antes de embarcar, uma pequena relíquia: a carta de motorista de meu pai.