Bolsonaro teve hoje sua maior derrota no plano internacional, com a negativa dos EUA em patrocinar a entrada do Brasil na OCDE. Mais do que isso, pode ter acabado aqui toda a lógica da política externa olavista, que tinha em Washington sua estrela guia e numa subordinação acrítica ao Departamento de Estado sua meca.
Trump não precisa de alguém que lhe diga “I love you”, mas de quem que dê suporte à Doutrina Monroe repaginada, depois de quase duas décadas em que a América Latina ficou secundarizada nos radares da Casa Branca.
A nova política imperial necessita de articulação efetiva para reduzir áreas de atrito no continente, em especial em relação à Venezuela e às novas turbulências que surgem no Equador e no Peru. A renúncia do Brasil ao papel de mediador regional – política gestada desde Rio Branco, com poucas interrupções – não interessa a Trump.
Bolsonaro reduziu o país a uma republiqueta na arena global. Washington mostrou hoje não precisar disso.