Colômbia elege prefeita lésbica em Bogotá e prefeito ex-guerrilheiro das FARC. Por Rodrigo Veloso

Atualizado em 28 de outubro de 2019 às 14:49
Iván Duque

Por Rodrigo Veloso

A eleição realizada no último domingo (27) na Colômbia, para prefeitos e governadores, além de impor uma ampla derrota para o partido do atual presidente Ivan Duque e seu mentor Alvaro Uribe, trouxe como novidades a eleição da primeira mulher lésbica, na capital, e do primeiro ex-guerrilheiro das FARC, no interior.

Contrariando as pesquisas, Claudia López, da esquerdista Aliança Verde, alcançou uma pequena vantagem sobre o candidato governista Carlos Fernando Gálan, na capital Bogotá, conquistando o cargo que é considerado o segundo mais importante no país, devido ao tamanho da população e importância econômica da cidade.

Distante dali, Guillermo Torres, conhecido como Julián Conrado, de 65 anos, que também é cantor e músico, foi eleito com mais de 50% dos votos em Turbaco, no estado de Bolívar. Ele tinha sido um membro da guerrilha da FARC desde os 29 anos de idade e concorreu com uma plataforma anticorrupção e voltada aos mais pobres.

No entanto, apesar de ser ex-guerrilheiro, ele não concorreu pelo Força Alternativa Revolucionária do Comum, a sigla que se tornou o braço institucional das FARC após o histórico acordo de paz firmado em 2016. Preferiu a coalizão formada pelos Colômbia Humana e União Patriótica, e sagrou-se vencedor com mais de 50% dos votos.

Segundo a imprensa local, após a vitória, ele fez uma aparição de guitarra na mão. Suas músicas até hoje são muito escutadas em acampamentos de guerrilheiros e habitam as memórias de ex-combatentes que participaram das lutas durante os anos de 1990.