Líderes da esquerda internacional comemoram a liberdade do ex-presidente Lula

Atualizado em 10 de novembro de 2019 às 7:28
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa em frente à sede da PF em Curitiba, após ser solto Foto: CARL DE SOUZA / AFP

Publicado originalmente no site da RFI

Um dia após deixar a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidenteLuiz Inácio Lula da Silva continua recebendo mensagens de apoio de líderes da esquerda nas Américas. A libertação do petista foi celebrada por dirigentes e governos de diversos países.

O ex-presidente uruguaio, José Mujica, que atualmente é senador, disse que este “é um dia de festa para o Brasil”. Mujica anunciou que “é muito possível que vá ver Lula” depois do segundo turno das eleições presidenciais em seu país, no próximo dia 24 de novembro.

Em Havana, o ministério das Relações Exteriores celebrou a libertação de Lula, após “580 dias de injusta prisão”. O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, comentou que a soltura do ex-presidente “é um avanço, mas a luta por sua libertação deverá continuar até que se faça justiça”.

O presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, descreveu Lula no Twitter como um “incansável lutador que nunca abaixou a bandeira da dignidade”. Numa mensagem publicada neste sábado (9), o cubano celebrou a “derrota da estratégia imperial e de seus lacaios”, uma fórmula que designa os Estados Unidos e seus aliados na região.

Mais cedo, o pré-candidato democrata à Casa Branca, Bernie Sanders, também celebrou a notícia, lembrando no Twitter que durante sua Presidência, Lula “fez mais que ninguém para reduzir a pobreza e defender os trabalhadores”.

O peronista de centro-esquerda Alberto Fernández, presidente eleito da Argentina, também interpretou a prisão de Lula como uma perseguição e destacou a fortaleza do ex-presidente. “Ficamos emocionados com a coragem com que Lula enfrentou essa perseguição (apenas essa definição é apropriada ao processo judicial arbitrário ao qual foi submetido). Sua integridade mostra não apenas o seu compromisso, mas também a grandeza desse homem”, escreveu Alberto Fernández, que assumirá a presidência em 10 de dezembro.

A ex-presidente, Cristina Kirchner, que governou a Argentina entre 2007 e 2015, e foi eleita vice-presidente ao lado de Alberto Fernandez, comemorou o fim “de uma das maiores aberrações da lei na América Latina: a privação ilegítima de liberdade do ex-presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva “.

Em Caracas, o presidente Nicolás Maduro também comemorou a notícia da libertação de Lula, um aliado-chave de seu antecessor e mentor, Hugo Chávez. Em um pronunciamento em rede nacional, Maduro disse que “o povo venezuelano está feliz e saúda a liberdade do irmão Lula”.

Em Manágua, o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, celebrou ver “Lula saindo com esta vitalidade, fortaleza, coragem e espírito, que não perdeu apesar da prisão e da injustiça cometida contra ele”.

Embora o governo equatoriano de Lenín Moreno não tenha se manifestado, seu ex-aliado, o ex-presidente Rafael Correa, escreveu que Lula é “exemplo e inspiração”. “Os dias dos traidores estão contados. Até a vitória sempre!”, completou Correa.