Falei outro dia de um jovem engenheiro brasileiro preso em Trípoli, onde fora trabalhar em obras de infraestrutura. Pedro, mineiro, 28 anos. (O texto pode ser lido aqui.)
Tudo terminou bem, felizmente.
Tão logo conseguiu deixar a cidade, ele mandou o seguinte email aos amigos:
Recebemos a notícia de que um avião militar português nos levaria para fora com outros cidadãos portugueses em torno das 4 horas da tarde. Chegamos ao aeroporto uma hora depois de termos recebido a informação. Estava realmente lotado! Eu não tinha visto nada parecido. Milhares de pessoas estavam fora do aeroporto tentando entrar, mas era impossível sem ajuda diplomática. Procuramos a bandeira portuguesa entre tantas outras, mas não tivemos êxito.
Uma hora e meia depois, estávamos pensando em como voltar para casa antes de escurecer (um momento perigoso para estar fora). Então, como um milagre, um motorista abre o porta-malas de um carro perto de nós e adivinhe o que ele estava segurando. Uma bandeira portuguesa.
O carro pertencia à embaixada portuguesa! Então começamos a correr contra o tempo e a multidão para entrar no avião. Lembro que não havia nenhum tipo de comunicação na Líbia. Não há maneira de ligar para alguém e pedir para esperar. Mas, finalmente, entramos no avião.
O avião parou na Itália e todos os cidadãos não portugueses (cerca de 25) tiveram que descer. Como o governo italiano não nos deixou ficar na Itália (cinco brasileiros, dois egípcios, um americano e dois sul-africanos), voltamos para o avião e continuamos a viagem rumo a Portugal. Cerca de 7,5 horas depois que saímos de Trípoli chegamos a Lisboa. Agora eu estou bem.
Que dia!