Em algum lugar do Morumbi, Fabrício Queiroz está dando risada.
“Quem enterrou uma pica do tamanho de um cometa no próprio rabo é o MP”, ele imagina.
A operação contra ele e parentes de Jair Bolsonaro em torno da rachadinha ocorreu no Rio de Janeiro com um atraso providencial.
As autoridades levaram nada menos que um ano, dois meses e dois dias para agir.
Só isso.
Nesse intervalo, Queiroz pôde esconder e eliminar, sossegadamente, as provas do crime.
Provavelmente sambando com a patroa, como naquele vídeo clássico no hospital.
Malandro é malandro, mané é mané.
Pôde dar entrevistas aos amigos da Record, aparecer na capa da Veja, vazar áudios com recados para a família Bolsonaro etc.
Durante os anos 2000, ele trabalhou como faz tudo de Flávio, o filho mais velho do presidente, hoje senador.
Recebia da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) um salário de R$ 8.517 e acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar.
Pagou em cash a conta da internação no Einstein.
A vida sorri para Queiroz.
Se a polícia pode achar alguma coisa? Claro que sim.
Inclusive a ligação de Queiroz com Lulinha, Maduro, Kim Jong Un e o Foro de São Paulo.
Alguém duvida?