Publicado originalmente no blog do autor
A Folha descobriu hoje o que o DCM havia descoberto ontem à tarde, em texto que publiquei no site, pouco depois da divulgação da lista de bandidos mais procurados elaborada por Sergio Moro. Não tem um miliciano graúdo na lista do ex-juiz. Não há um só chefão de milícia.
Hoje, a Folha confirma: Adriano da Nóbrega, foragido, acusado de participar dos esquemas de Queiroz e Flavio Bolsonaro, está fora da lista.
Parentes de Adriano eram empregadas de Flavio, que condecorou o miliciano com a Medalha Tiradentes da Assembleia do Rio. E Bolsonaro fez discurso na Câmara defendendo o ex-policial da acusação de homicídio.
Há dois outros ajudantes de milicianos (ambos considerados miúdos), na lista de Moro, sem a dimensão de Adriano. O Eko e o Tandero, o segundo é ajudante do outro.
Os dois são da Série C das milícias e foram usados como laranjas, para que Moro possa dizer que há milicianos na relação de procurados.
Mas falta na lista um miliciano graúdo, um chefão ligado aos Bolsonaros, e Adriano é um deles, sempre citado entre os suspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle.
Outros milicianos chefões, alguns bem conhecidos, também não estão na lista porque ainda não são considerados foragidos.
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. Foi colunista e editor especial de Zero Hora. Escreve para os jornais Extra Classe, DCM e Brasil 247. É autor do livro de crônicas ‘Todos querem ser Mujica’ (Editora Diadorim)