Weintraub põe culpa em “militantes”, alunos e fake news para justificar erros no Enem

Atualizado em 11 de fevereiro de 2020 às 15:11
Abraham Weintraub

PUBLICADO NO BRASIL DE FATO

POR ERICK GIMENES

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, colocou a culpa em “militantes”, alunos que “não estavam entendendo o processo” e que “foram mal” na prova para explicar a série de erros no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em exposição feita no Senado nesta terça-feira (11).

Na última semana, a Comissão de Educação do Senado aprovou um requerimento de convite para que o ministro prestasse esclarecimentos ao colegiado sobre as falhas no Enem de 2019.

Weintraub afirmou que, ao analisar as reclamações sobre o exame no Twitter, a equipe do Ministério da Educação detectou os três grupos como causadores do “mau ruído”.

“A gente viu o militante, que se fazia passar por aluno, entrava colocando o terror nas redes, e esse militante a gente via e descartava. Vimos também pessoas que não estavam entendendo o processo, a dinâmica. E o último grupo, e até é uma curiosidade, é o aluno que vai mal, chega em casa e fala: ‘A culpa foi do Abraão’ [como o ministro se auto-refere]”.

Segundo o ministro, o impacto da série de equívocos foi “insignificante, tende a zero”. “Sempre existiu algum problema em Enem passado. Dessa vez não houve problema que tenha prejudicado o resultado de ninguém. Esse é o Enem que teve o menor índice de problemas e de menor impacto”, afirmou o ministro.

Por diversas vezes, Weintraub citou o “passado” para justificar erros como trocas na impressão das provas ou a lentidão para acesso ao sistema, por exemplo. Para ele, o Enem foi um sucesso. “Eu não prometi que seria, mas foi o melhor Enem de todos os tempos. Não estou falando  que não teve erro nenhum, mas só vai ter um Enem que vai ser melhor que o de 2019. É o deste ano”, prometeu.

O ministro também culpou as fake news. Ele apresentou uma série de notícias narrando que eram “mentira, fake” apresentadas por uma imprensa “com maldade”. “Teve uma chuva de fake news, mas eu já estou acostumado com a chuva de fake news”, disse.

Ao justificar os erros no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Abraham Weintraub se restringiu a dizer que se tratou apenas de um problema técnico, em razão da troca de um sistema de armazenamento físico por um de “nuvem” (totalmente digital).

Ele disse que o sistema ficou sobrecarregado por causa do alto número de acessos ao mesmo tempo – o Enem teve 4 milhões de inscritos.

“Das 4 milhões de pessoas que fizeram o Enem, quantas querem acessar o Sisu no primeiro dia? 4 milhões. E na primeira hora? 4 milhões. No primeiro momento, o sistema vai sendo sobrecarregado e causa lentidão”, explicou.

Segundo o ministro, os problemas foram resolvidos rapidamente. “Nós atendemos toda a demanda existente. No passado, o sistema ficou três dias fora do ar”, acusou.