O país terá que retornar à normalidade para que se saibam os reais impactos dos protestos em Dilma.
Vai-se falar muito, nos próximos dias, sobre a pesquisa do Datafolha que diz que Lula venceria no primeiro turno.
Mas haverá mais calor que luz nos debates.
A pesquisa foi feita durante o ápice dos protestos, e isso gera um retrato obviamente distorcido pelas circunstâncias excepcionais.
Dilma, como era de esperar, perdeu intenções – momentaneamente, repita-se – em quantidade copiosa.
Mantidos os números, o que é certo que não ocorrerá quando se esvaziarem as ruas, ela teria que disputar o segundo turno com Marina.
Marina haveria mesmo de se dar bem em face de um protesto contra um sistema esclerosado de política com o qual ela não está associada.
E Lula é Lula, um presidente que deixou o poder depois de oito anos com uma aprovação de 80%.
Dilma pode ser trocada por Lula?
É claro que sim. Mas isso será uma decisão muito mais das ruas do que do PT.
O que vai determinar a troca, ou não, serão as pesquisas de intenção de voto.
Mas não estas, que pecam pela excepcionalidade da ocasião, e sim as que forem feitas quando a rotina se restabelecer.
Antecipar qualquer coisa, a esta altura, pertence ao terreno do palpite e da torcida.
Fatos. Fatos novos. Só assim poderemos ter uma noção mais precisa de como deverão estar preenchidas as cédulas eleitorais em 2014.