Publicado originalmente no site da Federação Única dos Petroleiros (FUP)
A Federação Única dos Petroleiros esteve reunida neste sábado (22) com representantes dos 13 sindicatos filiados a fim de avaliar a negociação com a Petrobrás, que ocorreu ontem (21), em Brasília, mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho, além de definir um calendário com os próximos passos.
Ao contrário do que é dito na televisão, a luta dos petroleiros não acabou. A greve está suspensa enquanto durar a negociação, e não cancelada. Ainda há muito o que ser feito pela garantia dos empregos dos petroleiros da Araucária Nitrogenados (FAFEN-PR), que estão com as demissões suspensas até 6 de março. Uma proposta levada pela Federação é a transferência ou cessão dos trabalhadores dentro de outras empresas do Sistema Petrobrás. Além disso, nada justifica as demissões de empregados de uma empresa 100% Petrobrás quando a falta de efetivo, muitas vezes denunciada pela FUP nas reuniões das comissões, tem colocado vidas em risco nas unidades operacionais diariamente.
Na reunião de hoje ficou definido que os sindicatos voltam a se reunir na próxima quarta-feira de cinzas (26) para definir detalhes da continuidade da rodada de negociação, que acontecerá no dia 27, em Brasília. A direção da FUP juntamente com sua assessoria jurídica está levantando maiores informações sobre tabela de turno 3×2, interstício total e mudança de local do relógio de ponto, temas que serão cobrados nesta segunda mesa de negociação no TST. Além disso, apesar de não constar em ata, o Ministro Ives Gandra colocou-se a disposição para também mediar a discussão sobre a PLR 2019. No mesmo dia os sindicatos realizarão setoriais com a categoria. Na sexta-feira (28), a FUP e seus sindicatos voltam a se reunir para realizar nova avaliação de conjuntura.
“O mais importante neste momento é que todos os petroleiros mantenham a cabeça erguida para o enfrentamento
aos ataques da gestão Castello Branco, que não serão poucos”, ressaltou Deyvid Bacelar, diretor da FUP.
A greve nacional de 20 dias suspendeu as demissões dos trabalhadores da FAFEN-PR e obrigou a Petrobrás a negociar com os representantes dos trabalhadores. A primeira negociação, além de garantir os principais pontos da pauta de reivindicações dos petroleiros, que levou a categoria à greve, fez a gestão da Petrobrás negociar os dias parados e cancelar as mais de mil advertências aplicadas contra os grevistas. Esta é uma importante vitória contra a gestão autoritária de Castello Branco, que anunciou diversas retaliações contra os trabalhadores que aderiram ao movimento. A mediação com o TST também reduziu em 95% o valor das multas de mais de R$ 50 milhões impostas às organizações sindicais.
Federação Única dos Petroleiros