O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), que ocupa o cargo em mandatos sucessivos desde que tinha 18 anos, em 2001, passou a maior parte da vida distante da vista de todo o país, tendo sua participação na esfera pública exclusiva ao Rio de Janeiro. Atualmente, como se sabe, em que pese fato de continuar ocupando o mesmo cargo, com as mesmas atribuições, sua figura ganhou importância nacional em virtude da influência que exerce no governo do pai, o presidente da República.
São muitas as passagens dignas de nota a respeito do parlamentar carioca ocorridas antes de sua fama atingir envergadura nacional.
Em 13 de agosto de 2009, por exemplo, Carluxo, como é chamado por familiares e amigos mais íntimos, foi parado de madrugada em uma blitz da Operação Lei Seca em Copacabana, no Rio de Janeiro, mas se recusou a soprar no bafômetro, o que levou à apreensão de sua Carteira Nacional de Habilitação.
Na versão que deu, à época, em entrevista ao Jornal do Brasil (veja na imagem acima), o vereador disse passava por ali em Copacabana naquele horário porque estava regressando de um jantar a que teria atendido junto com uma namorada, e que tinha tomado apenas dois chopes:
Fui jantar com minha namorada na Urca e tomei dois chopes, o que não me altera. Decidi não passar pelo bafômetro porque a Constituição me permite não produzir prova contra mim mesmo.
Carlos Bolsonaro disse ainda admitir que estava errado, mas que considera que “a lei é exagerada”.
Em outro episódio, desconhecido fora do Rio, mas não estranho ao gosto que já se conhece da família presidencial, ocorrido em novembro 2006, o vereador concedeu uma condecoração e uma medalha da Câmara Municipal do Rio de Janeiro a uma aposentada chamada Maria Adora Arbex, então com 67 anos.
O que levou o vereador a conceder a honraria? Conforme também noticiou o Jornal do Brasil, a senhora, que respondia a inquérito por porte ilegal de arma de fogo, tinha disparado contra um morador de rua nas proximidades de sua casa. O caso gerou protestos de grupos estudantis contra Carlos Bolsonaro, mas não impediu que a honraria fosse entregue, em sessão solene da Câmara carioca, que contou com a presença do então deputado federal Jair Bolsonaro (à época, filiado ao PP).
Na hora de receber a medalha, a aposentada disse que tin ha sido atacada pelo morador de rua, que teria tentado lhe assaltar. A homenageada por Carlos e pela Câmara do Rio aproveitou para dizer o que pensava sobre moradores de rua, que não são ninguém”, e que, se quiserem ficar em albergues, não deveriam ter o direito de ficar nas ruas, mas sim serem “levados para o mar de navio e descarregados longe”.
Como não poderia deixar de ser, a homenagem concedida pelos vereadores a pedido de Carlos Bolsonaro foi motivo de elogio por parte de policiais e parlamentares ligados a forças de segurança, e de crítica por parte da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e entidades de defesa dos Direitos Humanos, como mostra trecho de reportagem abaixo, produzida pela Agência Estado e publicada pelo Jornal do Commercio do Rio de Janeiro no dia 24 de outubro de 2006.