Fraude eleitoral? Bolsonaro choca o mundo jurídico ao dizer que foi roubado em 2018

Atualizado em 9 de março de 2020 às 23:59
Um louco varrido

A declaração de Jair Bolsonaro, em Miami, nesta segunda, 9, de que sua vitória no primeiro turno das eleições de 2018 foi garfada por fraude chocou o mundo político e jurídico. Ele falou para uma platéia de bolsonaristas e não apresentou provas.

“Coloca em cheque um sistema eleitoral considerado referência no mundo”, diz o advogado constitucionalista Marco Aurélio Carvalho, do grupo Prerrogativas.

“O Tribunal Superior Eleitoral tem que se manifestar de forma urgente e fazer uma investigação profunda sobre os eventuais dados que o presidente ficou de apresentar”.

Carvalho considerou o gesto como perigoso.

“Ganhar e perder faz parte do processo, mas uma insinuação dessas pode levar ao descrédito institucional, colocando em xeque o sistema jurídico do país”, diz.

Na opinião do advogado, tudo indica que Bolsonaro lançou o factoide para tirar a atenção da opinião pública da crise econômica.

“As declarações precisam ser investigadas com profundidade e se eventualmente se comprovar que o resultado foi legítimo, o presidente precisa ser exemplarmente punido”.

Carvalho classifica Bolsonaro de “diversionista que se considera inimputável”.

“Mais uma pirotecnia para alimentar sua milícia digital, mas dessa vez o que se nota é que ele foi longe demais. O caso é gravíssimo e por isso é necessário uma manifestação urgente do Tribunal Superior Eleitoral”.

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