Quis o destino que o Brasil tivesse no comando do barco, nesse momento de tempestade perfeita, um energúmeno como Bolsonaro.
Me ocorre o acaciano Gerson Camarotti, admoestando numa coluna o presidente da República no sentido de levar “calma” à nação.
É como pedir a um jumento que se comporte como um leão.
Em apenas dois meses, o coronavírus deixou a economia mundial na lona.
Começou na cidade chinesa de Wuhan, onde no fim de dezembro de 2019 foi detectada uma pneumonia viral de origem desconhecida.
Em 11 de janeiro, a China registrou a primeira morte de um surto que se propagaria primeiro pelos países asiáticos e depois para o resto do planeta.
São 115 mil casos de infecção até o momento. No Brasil, 52. E contando.
Na Itália, as imagens são de filme de terror, com cidades vazias e confinamento.
“A covid-19, uma emergência de saúde mundial, interrompeu a atividade econômica na China e pode colocar em perigo a recuperação mundial”, disse em fevereiro a diretora gerente do FMI Kristalina Georgieva.
Pela segunda vez na semana, a Bovespa suspendeu as atividades (circuit breaker).
O que o país precisava era de alguém para ajudar a atravessar esse rio. Não um estadista, algo impensável para Jair, mas alguém que ao menos pudesse fingir ser um estadista.
Ao invés de tranquilidade, o homem só oferece desassossego, agressão, bravata e burrice. Prefere atacar Dráuzio Varella ou repórteres de jornal.
“O que eu acho, eu não sou médico, eu não sou infectologista, o que eu vi até o momento, outras gripes mataram mais do que essa”, falou sobre o coronavírus.
A OMS decretou pandemia.
“Não é isso tudo que a mídia propaga”, declara. “É muito mais fantasia”.
A realidade, para Bolsonaro, é sua reeleição, as “fraudes” sem prova nas urnas que o elegeram (!!) e as alucinações advindas da falta de sono.
Fosse um adulto responsável, suspenderia as manifestações de seu gado para o dia 15. Prefere que aqueles velhos fascistas morram por ele.
Malandro, cancelou viagem eleitoreira a Mossoró (RN) por orientação médica. Os seguidores que se virem.
O vírus de Jair Bolsonaro é incurável: o da estupidez. A boa notícia é que, se sobrevivermos a ele, sobrevivemos a qualquer coisa.