Em 2010 a China enfrentou uma série de crimes contra crianças que, como em Realengo, estavam na escola.
Morreram ao todo 21 pessoas, a maior parte crianças, e 90 outras ficaram feridas.
A maior diferença é que o ataque foi feito, em todos os casos, com faca, uma vez que o controle de armas na China é rígido. Pode-se deduzir que teria sido maior o número de vítimas caso tivessem sido utilizados revólveres.
Em todos os casos, exceto um em que o assassino se matou, o julgamento foi rápido. Os agressores foram executados em poucas semanas.
Um blogueiro chinês escreveu um texto que começava assim: “Papai e mamãe: estou indo à escola. Espero que volte vivo. Professor e diretor: não deixem gente ruim me machucar.”
Um ponto interessante que foi discutido na sociedade chinesa é se a cobertura maciça da mídia não poderia estimular psicopatas a fazer o mesmo. O nome disso, em inglês, é copycat.
Me parece que é um assunto que deveria ser debatido desapaixonadamente no Brasil.
Foi reforçada também a segurança nas escolas. Porteiros e seguranças, por exemplo, foram treinados a usar spray de pimenta para eventualmente neutralizar gente que possa ameaçar as crianças. O Ministério da Educação da China criou um painel para estudar como proteger as escolas infantis. O tema é particularmente dramático num país que incentiva uma criança por família.
Agir com urgência para entender as lições e evitar a repetição de tragédias como a desta semana é o maior tributo que os brasileiros podemos prestar aos pequenos mártires de Realengo.