O cidadão da foto é Giuseppe Sala, prefeito de Milão, o Bolsonaro italiano, responsável por tornar a cidade que administra em uma fábrica de Covid-19.
Giuseppe apoiou a campanha “Milão não para”, desencadeada em 27 de fevereiro, quando a Lombardia, região ao norte da Itália, tinha 258 pessoas infectadas pelo vírus, e o país inteiro contabilizava 12 mortes.
Hoje, um mês depois, Milão é a cidade da Itália mais atingida pela Covid-19. Registra 32.346 casos e 4.474 óbitos.
“Muitos se referem àquele vídeo que circulava com o título #MilãoNãoPara. Era 27 de fevereiro, o vídeo estava explodindo nas redes, e todos o divulgaram, inclusive eu. Certo ou errado? Provavelmente errado”, admitiu Giuseppe Sala.
”Ninguém ainda havia entendido a virulência do vírus, e aquele era o espírito. Trabalho sete dias por semana para fazer minha parte, e aceito as críticas”, afirmou.
Giuseppe deveria cair, mas sua situação é menos grave do que a de Bolsonaro, que está sendo alertado sobre a gravidade da pandemia e, apesar disso, forçou o seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a mudar de posição.
Além disso, tem dado declarações para forçar o brasileiro a desacatar o decreto dos governadores estaduais de isolamento social — o único meio de evitar a transmissão exponencial da doença.
Também patrocina a campanha “O Brasil não pode parar”e tem divulgado carreatas de apoiadores e depoimentos irresponsáveis sobre pandemia.
Se Bolsonaro vencer a queda de braços, o Brasil vai assistir a uma explosão da pandemia, como se cada brasileiro recebesse um revólver, com uma bala no tambor.
Quem se expuser ao risco fará como o participante de roleta russa. Poderá sobreviver – a maioria vai sobrevier —, mas uma parte com certeza explodirá a cabeça — no caso do Covid-19, os pulmões.