E então Serra apóia integralmente as colocações de FHC sobre o drama existencial do PSDB.
Ele acrescente que o PSDB está sem rumo.
É o tom de um comentarista. Serra parece esquecido do papel que ele tem desempenhado tenazmente na criação do caos derrotado do PSDB. Ele fala como se fosse o porteito da sede do PSDB e não como seu comandante.
Para saber o principal problema do PSDB basta a Serra olhar para o espelho.
Ele insiste em ser presidente do Brasil quando os brasileiros já deixaram claro que não querem. Não querem por vários motivos. Um deles é a lassidão ética de Serra, estampada em episódios na campanha eleitoral vencida por Dilma.
Como esquecer o atentado da bolinha de papel? Ou as palavras cínicas e farisaicas de Monica Serra sobre aborto para atacar Dilma?
O PSDB tem que se reinventar. Tem que falar com os jovens, como nota FHC. Os jovens optaram em grande parte por Marina, nas últimas eleições. Porque viram nela alguma coisa parecida com idealismo.
Os jovens ainda acreditam nisso. No mundo inteiro. No despertar árabe, são os jovens que tomam as ruas com entusiasmo aos gritos de ‘chega’.
Os longos anos, como se viu na última campanha presidencial, fizeram de Serra a negação do idealismo. Idealistas põem a causa na frente. Serra põe a si mesmo e a suas ambições adiante de tudo.
O PSDB pode renascer. Mas desde que Serra saia do caminho e surjam, em seu lugar, nomes que de alguma forma sugiram idealismo, aquela coisa que os jovens buscados agora desesperadamente pelo PSDB valorizam tanto.