Publicado originalmente no Facebook de Carlos Fernandes
Por Carlos Fernandes
É simplesmente incalculável a maldade que está contida num homem que resolve tripudiar de um adversário político postando uma foto de quando este cumpria a inominável missão de enterrar o corpo de seu neto de apenas 7 anos de idade.
O que Jair Bolsonaro fez hoje gratuitamente dá bem a medida do ser abjeto que é. Um monstro moral terminantemente incapaz de sentir qualquer sentimento de empatia, respeito ou solidariedade por quem quer que seja.
Alguém que só encontra prazer pessoal através da dor e do sofrimento alheio. Que vê na tortura, na mentira e na imoralidade o seu alimento diário. Que expele crueldade, rancor e inveja por todos os seus poros a cada segundo de sua existência miserável.
Um excremento do universo que se para alguma serventia no mundo existe é a de jamais deixar que esqueçamos o quanto o ser humano pode ser perverso e maligno.
O que vivemos hoje nesse país ultrapassa todo e qualquer martírio que uma pandemia letal de proporções bíblicas poderia causar.
A verdadeira doença que ora se espalha pelo nosso povo prescinde da carne, mas necrosa as nossas almas.
Nesses tempos de escuridão resistir nunca se fez tão urgente e necessário. Já aqui não se discute a salvação de uma democracia que a grosso modo de fato e de direito nunca existiu. O que agora se pretende resgatar é o que sobrou de nossa parca civilidade.
E para tanto, convém lembrar de Albert Camus, no seu clássico e agora mais do que nunca oportuno, A Peste:
“Se hoje a peste vos olha, é porque chegou o momento de refletir. Os justos não podem temê-la, mas os maus têm razão para tremer. Na imensa granja do universo, o flagelo implacável baterá o trigo humano até que o joio se separe do grão”.