PUBLICADO NO BLOG DE MOISÉS MENDES
POR MOISÉS MENDES
Deixem de se preocupar com Bolsonaro, que está sob controle dos militares e do Supremo. Preocupem-se com os 33% que ainda apoiam Bolsonaro, não desistem do sujeito e dão sobrevida aos desatinos do pai e dos filhos.
Bolsonaro é a expressão desse um terço da população, e não o contrário. Sem eles, Bolsonaro não seria nada.
A rainha louca, ridicularizada em caricaturas que se espalham pelo país, ainda é considerada lúcida por parentes, amigos, sogras, vizinhos, maridos, esposas, namoradas, por alguém que a gente conhece.
O apoiador de Bolsonaro não é uma invenção estatística nem mora em terras distantes. Ele está aí ao seu lado ou por perto. Não é surpreendente que para 52% da população a rainha louca ainda tenha condições de ‘liderar’ o país.
Um terço dos brasileiros dá apoio incondicional a Bolsonaro, mas é superior, é de mais da metade o apoio para que ele fique, porque entendem que ainda mantém condições para governar. Mas que condições?
O mesmo brasileiro que apoia, com o alto índice de 76%, as medidas dos Estados de restrição à convivência social é o que sustenta as loucuras de Bolsonaro com 59% de rejeição à possibilidade da renúncia.
A rainha louca não governa mais, é apenas propagandista de um remédio milagroso fabricado por um bolsonarista. Mas 59% temem mais os danos da renúncia do que a sua permanência num poder que não detém mais.
Bolsonaro tem o apoio inalterado, desde o começo do governo, desse um terço da população. E esse um terço consegue influenciar muita gente do entorno.
O brasileiro está agarrado a uma aberração. Então, tome cuidado muito mais com quem é do contingente cada vez mais radicalizado de apoio a Bolsonaro (e que agora faz disparos contra os panelaços) do que com o próprio Bolsonaro.
Os militares, o Supremo, com a decisão de fortalecer os governadores, e até o Congresso controlam Bolsonaro. Mas quem vai controlar o bolsonarista?