Bolsonaro diz que Moro concordaria em trocar chefe da PF se fosse indicado ao STF

Atualizado em 24 de abril de 2020 às 18:08
Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/Twitter

O presidente Bolsonaro afirmou em pronunciamento na tarde desta sexta, 24, que Sergio Moro disse que admitiria a exoneração do ex-diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, desde que ocorresse no mês de novembro.

“Ele disse que eu poderia tomar a medida após nomeá-lo para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF)”, acusou Bolsonaro.

“Isso é inadmissível”, disse o presidente, que falou acompanhado por ministros e aliados.

Bolsonaro falou num tom emotivo e deixou claro que Sergio Moro tem personalidade egoísta.

Contou sobre o dia em que foi esnobado por Moro no aeroporto de Brasília e que, no segundo turno da eleição, foi procurado pelo ex-juiz da Lava Jato.

Bolsonaro disse que negou-se a receber Moro para que o encontro não interferisse na eleição, embora seja difícil de acreditar.

Disse que acertou dar autonomia ao ministro, mas estranhou quando notou que todos os nomeados eram de Curitiba. “Será que só existe gente competente lá?”, perguntou.

Bolsonaro também falou que conta com apoio de parlamentares, mas ao seu lado estavam os de sempre: Hélio Negão, Daniel Silveira e Carla Zambelli, entre outros poucos.

Disse que implorava informações a Moro, e mais ainda: não foi atendido quando pediu para que o ministro mandasse a PF investigar sobre a facada que recebeu de Adélio Bispo ainda durante a campanha, e também para caçar o porteiro do prédio onde tem casa no Rio envolvido no episódio do assassinato de Marielle.

Foi um depoimento morno, em que Bolsonaro tentou usar um defeito de Moro, o fato de ser individualista, para justificar as graves denuncias que o ex-ministro fez horas antes ao pedir o boné e deixar o governo.