Publicado originalmente no site do PT
Às 6h30 da manhã de 12 de maio de 2016, o Plenário do Senado Federal aprovava a abertura de processo contra a presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. Injustamente e sem provas, num processo repleto de irregularidades e fraudes, ela foi acusada de infringir normas fiscais em 2015. Dos 78 senadores presentes à sessão, 55 votavam favoravelmente ao relatório pró- impeachment de Antonio Anastasia (PSD-MG), relator da denúncia na Comissão Especial do Senado. Outros 22 votaram contra. Às 10h, Dilma era afastada, temporariamente, do cargo de presidente da República, para o qual foi eleita com 54,5 milhões em 2014.
Começava também ali o calvário da democracia brasileira, agredida com o impeachment, machucada pelos atentados contra a Constituição e ferida pela retirada sucessiva de direitos sociais e dos trabalhadores. Por fim, vilipendiada pelo governo de Michel Temer, que chegava ao poder com o apoio da mídia e das classes dominantes brasileiras, interessadas em impor uma agenda neoliberal ultraortodoxa que transformou o frágil estado social sob o mais rigoroso arrocho fiscal da República. Foi o Golpe de 2016 que permitiu à ascensão de Jair Bolsonaro ao poder, numa dobradinha urdida pela mídia e o juiz Sérgio Moro, que prendeu Lula e ganhou como recompensa o cargo de ministro da Justiça ainda em 2018, entre o primeiro e o segundo turno das eleições, na mais suspeita e escandalosa barganha criminosa ocorrida em 35 anos de redemocratização.
Por volta das 11h daquele dia 12 de maio, Dilma Rousseff se encaminhou até o Palácio do Planalto para fazer um pronunciamento à Nação. Ali, diante de jornalistas e dos correligionários, ela reiterou que o impeachment era um “golpe” e alertou o que a decisão tomada pelo Senado representava um risco para o país, suas instituições e ao povo brasileiro.