Paulo Guedes foi um dos destaques na reunião coprológica de Bolsonaro.
“Nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos pra salvar grandes companhias. Agora, nós vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas”, disse, a alturas tantas.
“Tem que vender logo essa porra”, pontificou sobre o Banco do Brasil.
A ladainha liberal seguiu ao longo daquele sabá de bruxas boca de esgoto, até que Guedes resolveu mostrar sua cultura.
“Nós vamos continuar aprofundando as reformas, nós vamos seguir. Eu conheço todas as histórias de reconstrução por ser obrigado a estudar isso”, discursou.
“A reconstrução da Alemanha na Segunda Guerra, na Primeira Guerra com o Schacht”. Mencionou “a reconstrução da economia do Chile com os caras de Chicago”.
Ainda se gabou: “Eu conheço profundamente, no detalhe, não é de ouvir falar. É de ler oito livros sobre cada reconstrução dessa”.
Quem chamou atenção para Hjalmar Schacht foi um perfil do Twitter chamado Fernando L’Ouverture.
Era um banqueiro alemão, presidente do Banco Central nos anos 20 do século passado, financiador do nazismo.
Em agosto de 1934, Hitler o nomeou ministro da Economia.
Criou programas de obras públicas, principalmente a construção de estradas (autobahn) para aliviar o desemprego.
Sucesso total, dependendo da perspectiva. Certamente para Paulo Guedes.
Três anos mais tarde, renunciou, mas continuou recebendo o mesmo salário até ser mandado embora em 1943 por se desentender com Göring.
Foi julgado em Nuremberg por “conspiração” e “crimes contra a paz”, mas não contra a humanidade.
Seus advogados argumentaram que ele era apenas um patriota tentando fortalecer a economia alemã.
Condenado a prestar serviços em um antigo campo de concentração em Ludwigsburg, foi libertado em setembro de 1948, aos 71 anos.
O que é um Bolsonaro para alguém que se inspira nos modelos de Hitler e Pinochet?