Cristina Rocha Araújo é a mulher que, segurando um taco de beisebol, foi para cima dos manifestantes pró-democracia ontem na avenida Paulista.
Como era natural, houve reação, e um jornalista da Folha que passava pelo local viu a cena e acredita que possa ter sido este o estopim da truculência policial.
Não contra a mulher, mas contra aqueles que estavam sendo ameaçados por ela. Segue o relato do jornalista Fernando Tadeu Moraes, que é editorialista do jornal:
Cheguei à avenida Paulista por volta das 13h15.
A quadra onde fica o Masp estava tomada por manifestantes em defesa da democracia e contra o governo Jair Bolsonaro (sem partido), convocados por diversas torcidas organizadas de clubes da capital. Duas quadras distante dali, reunia-se um pequeno grupo de apoiadores do presidente.
Entre eles, policiais. Um cordão de PMs de coletes fluorescentes isolava cada um dos grupos.
Mas voltados para o lado em que estavam os torcedores havia também um batalhão da Tropa de Choque. Esses policiais estavam organizados em duas fileiras, ostentavam escudos negros, capacetes e alguns tinham armas em punho. Atrás deles, uma dúzia de SUVs paradas com alerta luminoso acionado.
O clima dos manifestantes desse lado, no entanto, parecia tranquilo. No máximo ouvia-se brados contra o presidente e o fascismo. Via-se grande diversidade etária e racial.
Os bolsonaristas eram poucos mas faziam o seu barulho. Nos cerca de 20 minutos que fiquei lá, ouvi palavras de ordem, impropérios e vi os tradicionais cartazes contra o Supremo Tribunal Federal, o “sistema” e a favor do presidente. Ali, quase todos eram brancos e mais velhos, a partir da meia-idade.
Num determinado momento, alguns bolsonaristas mais exaltados tentaram furar o cordão policial em direção ao MASP. Foram contidos pelos PMs e por outros manifestantes. Tudo isso ocorreu por meio da conversa, sem que houvesse qualquer violência, como imagino que deveria ser.
Veja vídeo abaixo.
Ao citar Villas Bôas poderia estar só fazendo bravata, para intimidar o policial, mas ela tem de fato fotos com Villas Voas.
Cristina é, antes de tudo, agitadora e assim deve ser tratada, inclusive para efeito de investigação.
Ao levar um taco de beisebol a uma manifestação na Paulista, ela mostrou que não estava bem intencionada.
Seu gesto lembrou Arlequina, a personagem do cinema que se apaixonou perdidamente pelo Coringa, o que levou a cometer as ações mais extremadas para agradar o palhaço.
Qualquer semelhança com a vida real parece não ser mera coincidência. A diferença é que o palhaço psicopata que aterroriza o Brasil é conhecido como Bozo.