Bolsonaro está louco por um quebra-quebra. Por Fernando Brito

Atualizado em 9 de setembro de 2020 às 15:36
Jair Bolsonaro, presidente da República
(foto: Evaristo Sa/AFP)

PUBLICADO NO TIJOLAÇO

POR FERNANDO BRITO

Passaram poucas horas para que o artigo do general Hamílton Mourão fosse um sinal para uma nova mudança de tática no golpismo capitaneado por Jair Bolsonaro.

Enquanto o país inteiro assistiu, durante semanas, um bando de brutamontes – alguns, inclusive, usando fardas e boinas militares – e de fanático, gritando seu ódio à democracia – e os tocheiros da filial brasileira da Ku-Klux-Klan ele “descobre” outra ameaça à democracia.

Agora, para o ex-capitão, o perigo são os “integrantes de grupos antifascistas que estão promovendo protestos contra seu governo de marginais e terroristas”, segundo narra a Folha. Ele diz que está, inclusive, em preparar “uma retaguarda jurídica para que nosso policial possa bem trabalhar em se apresentando um crescente este tipo de movimento que não tem nada a ver com democracia”.

Ou seja, algum casuísmo para que o “nosso (dele) policial” possa bem bater, atirar e, quem sabe, matar com – ah, Moro, Moro – o excludente de punibilidade que tanto tentaram implantar. Chega a ser deprimente ver com que imediatismo Jair Bolsonaro se esmera em repetir o “Mestre da Cloroquina” Donald Trump, que ameaça lançar o Exército contra as multidões que protestam contra o racismo no EUA.

Na ditadura, os generais golpistas era chamados de “gorilas”. Neste pastiche dela que vivemos, são macaquinhos de imitação.