O artigo do general Hamilton Mourão no Estadão é revelador de como ele nunca foi uma alternativa “moderada” a Jair Bolsonaro.
Antes, é uma extensão do capitão.
Mourão e os militares estão montados no cavalo Bolsonaro e não estão nem um pouco interessados em voltar aos quartéis.
Estiveram durante 21 anos no poder. Voltaram e pegaram gosto pela coisa.
Segundo o vice, os manifestantes que tomaram as ruas em São Paulo no domingo, em Curitiba na segunda-feira e em Manaus na quarta são baderneiros.
Estão, garante ele, ligados a movimentos extremistas internacionais, dispostos a incendiar as ruas a partir de uma insensata “extrapolação” de declarações do presidente e de seus apoiadores.
Tentarão desestabilizar o governo e “importar” conflitos de outros países, como os raciais, que nada têm a ver conosco.
Esses manifestantes, diz Mourão, devem ser conduzidos “debaixo de vara” aos tribunais, sob força da lei e da ordem.
Mourão busca criminalizar quem resiste ao fascismo e avisar que o Exército não terá receio em endurecer.
É uma medida profilática: o sujeito tem medo do que virá.
É terror do povo, o grande fantasma de todo candidato a tirano.
Mourão e cia. vêem o que está acontecendo nos EUA ou no Chile e entram em pânico.
Quando Sara Winter organizou uma marcha neonazista em frente ao STF, ele é tchutchuca. Com democratas, ele é tigrão.
É inútil, porque a marcha da História não se deterá diante de cara feia.