Em declaração ao DCM, nesta quinta-feira (4), o ex-ministro Aloizio Mercadante afirmou que o Brasil viverá um tsunami social após a pandemia. Para Mercadante, “o que está acontecendo nos Estados Unidos vai acontecer em toda parte e aqui mais do que nunca por toda insatisfação acumulada contra esse desastre que é o Bolsonaro, sua política econômica, sua atitude diante da crise sanitária, seu comportamento, o desmonte desse governo. Então, nó vamos ter grandes manifestações”.
O ex-ministro disse também que o governo Bolsonaro está muito preocupado com essas manifestações porque sabe que elas podem alterar totalmente a correlação de forças, inclusive no Congresso Nacional, e , por isso, tenta criar um clima de confronto e de intimidação e cancela as manifestações bolsonarista para evitar comparações com as manifestações contra o governo. “Ele sabe que vai crescer muito a manifestação contra o governo. Então, nós temos que ter prudência, segurança, tranquilidade para fazer uma manifestação pacífica, como sempre foi a nossa história. Nós nascemos na rua, respeitamos inclusive quando houve multidões na rua e nós éramos governo. Por isso, nós queremos esse respeito a liberdade de expressão e manifestação”.
Atuação do PT
A respeito do papel do PT no processo de mobilização contra Bolsonaro, Mercadante disse que o partido sempre foi coerente historicamente e que continuará sendo coerente novamente. “Nós queremos frente democrática, nós acreditamos que só vai avançar com a luta social e popular, que tem que ter prudência neste momento em razão da pandemia, mas que é possível organizar manifestações”.
Mercadante afirmou que quem acha que vai derrubar o governo Bolsonaro escrevendo manifesto está equivocado. “Manifesto é uma forma de expressão importante, mas é a manifestação popular e , assim que essa pandemia for encerrada e nós tivermos melhores condições, nós vamos ver multidões nas ruas”.
Manifestações pacíficas e seguras
Durante a entrevista, Mercadante defendeu por diversas vezes que as manifestações contra o governo Bolsonaro devem ter prudência e garantir a saúde dos participantes, com integral respeito as regras sanitárias, como o uso de máscaras, o distanciamento entre os manifestantes e o uso frequente do álcool em gel. Do ponto de vista político, o ex-ministro demonstrou preocupação com infiltrados que tem atuado para estimular o confronto e uma reação das tropas de choque contra os manifestantes em favor da democracia.
De acordo com o ex-ministro, não existe mudança na história sem luta popular. “Pretexto para golpe pode ser qualquer um, mas eu não acredito que as Forças Armadas, neste momento, patrocinem um golpe institucionalmente, como também nós ainda não temos força para aprovar o impeachment. São 35 pedidos, tem um processo no Supremo, tem os processos no TSE e não é por falta de crime de responsabilidade, é por condições políticas no parlamento e isso só vai mudar com mobilização popular e luta popular”.