A internet pode melhorar o mundo?

Atualizado em 19 de maio de 2011 às 16:50
Desconectado, aproveitando o jatdim do prédio em que moro, à beira do Tâmisa

O Guardian vai promover uma discussão em torno do seguinte ponto: a  internet está melhorando o mundo?

Que você acha?

Bem, primeiro, vou assistir. Depois, vou escrever um ensaio  para a revista Alfa.

Mas tenho minha visão sobre isso.

Numa palavra, não.

A internet não torna o mundo melhor e nem pior.

Nenhuma máquina, nenhuma tecnologia melhora ou piora o mundo.

Porque tudo depende do uso que se faça dela. A internet pode facilitar a vida de pedófilos, por exemplo. Mas também pode facilitar sua captura. Gangues de traficantes de drogas se valem da internet, mas os que os perseguem também. Do ponto de vista amoroso, a internet promove encontros entre pessoas, mas também destrói casamentos em larga escala.

Há uma avassaladora neutralidade na internet. Ela pode ser gloriosa ou miserável, dependendo de quem a use.

A maior questão, para mim, é se a internet não vai nos tornar viciados nela mesma.

Espero que não, mas temo que sim.

Tenho, quanto a mim, buscado uma maneira de controlar seu uso. Administrar o tempo nela. Ficar demasiadamente  conectado é ruim.  Não apenas tende a tornar você uma pessoa socialmente desajustada como eleva substancialmente seu grau de ansiedade.

Relaxar é desconectar, no mundo moderno.

Quero tempo para meu tênis no parque, por exemplo.

O ideal é uma dose inteligente de internet diária. Um dia, talvez, de desconexão completa. Muita gente está experimentando isso.

Se não é possível encontrar o equilíbrio, nenhuma internet é melhor que muita internet.